Amazônia teve maior perda de floresta desde 2008, afirma estudo

18/11/2019

As queimadas que arderam na Amazônia este ano, as piores desde 2010, são o lado mais visível da maior taxa anual de desmatamento registrada desde 2008. Os dados estão num estudo recém-publicado. Ele estima que mais de 10 mil quilômetros quadrados de floresta foram derrubados de agosto de 2018 a julho de 2019.

O trabalho mostra que o desmatamento foi a principal causa das queimadas e que estas transformaram as matas incendiadas em prisioneiras do fogo, num ciclo vicioso que as torna mais vulneráveis a novos incêndios.

Publicado no periódico internacional “Global Change Biology”, o trabalho avaliou alegações do governo brasileiro sobre as queimadas na Amazônia em agosto de 2019, as quais foram consideradas como dentro de uma situação normal e “abaixo da média dos últimos anos”.

Para fazer a análise que refuta essas alegações, os cientistas estimaram a área desmatada de agosto de 2018 a julho de 2019. Eles fizeram o cálculo baseados no fato de que o Prodes, programa do Inpe que mede a taxa anual de desmatamento é, em média, 1,54 maior que as taxas de desmatamento medidas em tempo quase real a partir do sistema Deter-b.

O Globo