Conselho internacional para enfrentar mudanças climáticas é criado por militares

27/02/2019

Foi anunciada a criação do Conselho Militar Internacional para Clima e Segurança, o IMCCS, na sigla em inglês, durante uma conferência sobre segurança em Haia, na Holanda, que reuniu especialistas em políticas de segurança externa.

O órgão será uma espécie de rede guarda-chuva formada por líderes militares veteranos ao redor do mundo e que vão produzir anualmente um relatório sobre clima e segurança. Além da elaboração do documento, a instituição assumirá um papel de comunicação e de desenvolvimento de políticas nacionais, regionais e internacionais que favoreçam ações na área de segurança com relação às mudanças climáticas.

Em nota à imprensa, o grupo afirmou que, na última década, comunidades militares e de segurança nacional tornaram-se cada vez mais preocupadas com o clima em transformação. Um dos pontos críticos é o risco real que tais mudanças apresentam à estabilidade global, aos conflitos e às missões militares. Por isso, começaram a se organizar em seus respectivos países. A consolidação do IMCSS reunirá os esforços dentro da mesma instituição.

A diferença entre o que os militares já fazem e o que pretendem fazer está na escala de atuação. De acordo com o IMCSS, ela será a maior, mais diversa e mais ativa rede internacional militar para as mudanças climáticas.

De acordo com a secretária-geral do IMCCS, que atuou como subsecretária adjunta de Defesa nos Estados Unidos, Sherri Goodman, “a mudança climática é uma ameaça multiplicadora, que torna os problemas existentes ainda piores, principalmente na segurança, o que significa que os militares terão que assumir a linha de frente no combate aos riscos e na construção de resiliência.

Muitos dos líderes globais reconhecem que as mudanças climáticas são o centro das preocupações, não apenas na questão ambiental, e uma questão estratégica fundamental dos nossos tempos. Essa rede levará as vozes militares para a segurança internacional e para as discussões climáticas de uma forma significativa e acelerar ações para reduzir as ameaças”.

Revista Veja