Terras públicas invadidas são novos polos de desmatamento na Amazônia

21/04/2022

A atividade madeireira e a pecuária em grandes áreas de terras públicas não destinadas provocam a expansão das fronteiras do desmatamento na Amazônia. Em estudo publicado na revista “Regional Environmental Change”, pesquisadores de quatro instituições do exterior e do Brasil, entre elas o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), alertam para a falta de monitoramento e de ações do poder público para coibir o avanço do desmatamento ilegal.

A pesquisa foi realizada no distrito de Santo Antônio do Matupi, em Manicoré, localizado às margens da BR-230, a Rodovia Transamazônica. A região se tornou um dos grandes polos de desmatamento no sul do Amazonas nos últimos anos.

Os pesquisadores observaram as terras públicas não destinadas da região de Matupi, que são áreas federais ou estaduais para as quais o governo não especificou qualquer uso específico, como terra indígena, unidade de conservação ou assentamento.

Na Amazônia brasileira, o aumento da perda florestal está localizado principalmente em novas fronteiras de desmatamento que estão próximas a áreas de pecuária. Em Matupi, por exemplo, os estudos concluíram que os principais desmatadores são os ocupantes de terras com áreas maiores de 400 hectares.

Os autores também apontam que as terras ocupadas por grileiros, posseiros e grandes fazendeiros refletem o baixo nível de monitoramento e governança do país na área ambiental.