Reimplantado equipamento que limpa “sopa plástica” do oceano

06/07/2019

Em setembro de 2018, a organização The Ocean Cleanup lançou seu dispositivo flutuante capaz de coletar resíduos plásticos. A tecnologia foi criada especialmente para deter a “Grande Porção de Lixo do Pacífico”, zona entre o Havaí e a Califórnia (EUA) onde se concentra uma quantidade absurda de lixo plástico: mapeamento de 2018 indica que mar de plástico equivale a três vezes o tamanho da França. A empreitada sofreu alguns obstáculos e o sistema teve de ser rebocado antes do tempo previsto, mas a equipe analisou todos os problemas e decidiu testar o equipamento novamente -, tendo a experiência dos erros e acertos.

Basicamente, parte do dispositivo segue o fluxo da água puxando os detritos para o centro do sistema. Um dos problemas enfrentados na primeira tentativa foi justamente em reter o plástico capturado. “Às vezes, grandes quantidades de plástico se acumulavam, apenas para que algumas – ou todas – voltassem a flutuar. É importante mencionar que a capacidade de retenção por várias semanas ou mesmo meses é crucial, pois esse será o prazo esperado entre as viagens de coleta”, explica a equipe em comunicado. Após analisar diversas possibilidades, a conclusão foi que o problema estava na velocidade. “Para que o sistema retenha efetivamente o plástico, ele deve consistentemente viajar mais rápido que o plástico”.

Com esta e outras soluções implantadas, Boyan Slat, que é fundador e CEO da The Ocean Cleanup, espera que não haja “muitas surpresas” pelo caminho. Apesar de, publicamente, sempre deixar claro as dificuldades de criar um modelo em escala para limpar o oceano. “A parte mais complicada é que muitos dos aspectos essenciais da nossa tecnologia devem ser testados em condições reais (isto é, no oceano)”, afirmou em texto publicado em seu site.

Na semana passada, após quatro meses de reparo, o equipamento chegou à região da sopa plástica -, agora na versão “System 001/B”. A barreira flutuante é composta por energia solar, câmeras, sensores e antenas de satélite. Todo o processo também é acompanhado por especialistas ambientais que monitoram os efeitos da tecnologia em questão sobre a vida marinha. Até agora, a fundação, que contratou um grupo de cientistas independentes, garante que o impacto ambiental foi mínimo.