Recuperar populações de baleias ajuda a combater mudanças climáticas

17/02/2022

Estudo publicado na revista científica Nature revelou que as baleias podem ser grandes aliadas no combate às alterações climáticas. Isso porque os cientistas descobriram que as baleias de barbatana, onde estão espécies como a baleia-azul e a baleia-jubarte, comem muito mais do que se imaginava – um volume anual até três vezes maior, dependendo do ecossistema.

As baleias de barbatana que vivem nas águas da Califórnia, por exemplo, chegam a comer, cada uma, mais de 2 milhões de toneladas de alimentos anualmente. Todo este alimento, depois de digerido se transforma em excrementos. Ao defecarem, as baleias fornecem uma fonte essencial de nutrientes para o oceano. Ao serem libertados, estes nutrientes ficam à superfície da água e alimentam o fitoplâncton que, por sua vez, forma a base da cadeia alimentar aquática e absorve enormes quantidades de carbono.

Os excrementos das baleias são também uma fonte de ferro: no Oceano Antártico, as baleias reciclam cerca de 1.200 toneladas métricas de ferro por ano. Este número, no início do século XX, ascendia às 12 mil toneladas métricas de ferro, uma quantidade dez vezes superior.

Esta queda se deve principalmente à diminuição do número de baleias no oceano, graças à caça baleeira no século XX que levou a uma perda em massa das populações de baleias em todo o mundo. Estima-se que, antes deste declínio, as populações de baleias do Oceano Antártico consumiam, anualmente, 430 milhões de toneladas de krill antártico, o dobro da quantidade que se estima que existe hoje.