Recuperar áreas degradadas na maior faixa contínua de manguezais do mundo, com apoio técnico-científico e envolvimento das comunidades locais, é o objetivo do plantio de mudas iniciado em fevereiro na zona costeira do Pará, mobilizando academia, poder público e diversas parcerias para a importância da conservação.
“Trata-se de um ecossistema muito importante como fonte de renda e serviços ambientais, e esse trabalho coroa a relação entre homem e natureza na região”, destaca o biólogo Danilo Gardunho, coordenador de reflorestamento do Projeto Mangues da Amazônia.
Após o cultivo em dois viveiros de 300 metros quadrados, instalados em comunidades tradicionais e irrigados naturalmente pelo fluxo das marés, a estratégia é neste período chuvoso plantar 30 mil mudas das três espécies dominantes na região: Rhizophora mangle (mangue-vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) e Avicennia germinans (mangue-preto), destinadas a recompor 12 hectares de áreas impactadas em três reservas extrativistas marinhas nos municípios paraenses de Bragança, Augusto Corrêa e Tracuateua.
Além da estrutura de viveiros, mantida com apoio dos moradores, o trabalho tem suporte do conhecimento tradicional de pescadores e coletores de caranguejo no mapeamento das áreas prioritárias para receber as mudas e na definição do método de plantio.