PBH tenta barrar a chegada da micose de gatos ao Parque Municipal

02/12/2017

O risco de uma epidemia de esporotricose, também conhecida como “doença do jardineiro” ou “micose de gatos”, tem preocupado autoridades em Belo Horizonte. Segundo dados da Coordenadoria de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), 60 pessoas já foram diagnosticadas com o fungo na região do Barreiro.

A doença, que se manifesta por lesões na pele e ataca normalmente os felinos, não oferece risco de morte. No entanto, pode ser transmitida a humanos por meio do contato com as feridas ou da unhada desses animais.

Apesar do número de casos na capital ainda não caracterizar um surto, técnicos da SMMA trabalham para evitar que a doença chegue ao Parque Municipal. O local abriga a maior colônia pública de gatos do Estado, com pelo menos 300 animais.

Até o momento, dois felinos com suspeita de esporotricose já foram recolhidos no parque e o rigor para evitar que o número aumente tem sido uma das prioridades dos órgãos de meio ambiente.

Abandono

O coordenador de Defesa dos Animais da secretaria, Leonardo Maciel, afirma que muitas pessoas abandonam gatos no parque, o que pode fazer com que o problema fuja do controle. “As pessoas acham que estão dando uma vida melhor para o animal ao deixá-lo ali, o que não é verdade”, explica.

Maciel ressalta que os gatos serão retirados da área verde de forma que o total respeito seja garantido. No ano que vem, segundo o coordenador, haverá um chamamento público para que instituições qualificadas ofereçam lares provisórios aos bichos. “Posteriormente, eles serão castrados e colocados para adoção”, acrescenta.

Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) já foi assinado entre a Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, o Ministério Público Estadual e a SMMA. O documento permitirá a elaboração de um plano de manejo dos felinos.

Punição

O cerco às pessoas que abandonam gatos no Parque Municipal também está sendo fechado. A Guarda Municipal já está orientada a conduzir à Polícia Civil qualquer cidadão que for flagrado praticando o crime.

A pessoa poderá ser obrigada até mesmo a comparecer a uma audiência no Juizado Especial Criminal. Segundo a SMMA, a medida visa fazer cumprir o que está previsto em legislações específicas para coibir os maus tratos decorrentes do abandono.

Esse tipo de denúncia está legitimado pelo artigo 32 da Lei Federal de crimes ambientais e pelo artigo 164 do Código Penal. Há, inclusive, aumento das penas caso o abandono resulte na morte do animal, podendo chegar a quatro anos de prisão, além da aplicação de multas.

Além Disso

O fungo responsável por causar a esporotricose é conhecido como Sporothrix Schenckii e pode se alojar nas unhas dos gatos quando o animal enterra as próprias fezes. A partir daí, surge o risco de contaminação de outras espécies por arranhadura ou contato direto com as feridas do bicho.

Hoje, segundo o coordenador de Defesa dos Animais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Leonardo Maciel, o Estado do Rio de Janeiro enfrenta a maior epidemia mundial de esporotricose.

Como medida complementar às estratégias de combate ao abandono, a Prefeitura de Belo Horizonte oferece a castração gratuita dos animais domésticos por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e Centros de Esterilização de Cães e Gatos (CECG).

Quatro unidades na capital oferecem o serviço (bairros Caiçara, Salgado Filho, Bom Sucesso e São Bernardo). O agendamento pode ser feito por telefone ou presencialmente. Mais informações: (31) 3277-7411 ou 3277-7413.

Fonte: Jornal Hoje em Dia

Foto:MARCELO PRATES/Arquivo Hoje em Dia /