Lama de Mariana (MG) pode virar produto para indústria têxtil

13/02/2020

Os rejeitos de minério de ferro da barragem de Mariana, que rompeu em 2015, foram transformados em ferritas – o material é capaz de tratar efluentes da indústria têxtil contaminados com corantes. O projeto foi desenvolvido no laboratório de Química da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), pelo estudante Lucas Lorenzini.

No processo, desenvolvido com orientação da professora Maria de Fátima Fontes Lelis, a lama coletada é tratada e queimada junto com uma fonte de matéria orgânica, como fibra de coco, pó de café e bagaço de acerola, por exemplo. Nesse processo são produzidos óxidos de ferro, denominados de ferritas.

Como funciona?

Quando jogado em um tanque por onde passam os efluentes da indústria têxtil, o produto promove a adsorção (fixação de moléculas de um fluído em uma superfície sólida) dos corantes utilizados para tingir os tecidos. Em seguida, a ferrita, por um processo catalítico, promove a degradação das moléculas orgânicas responsáveis pela forte coloração do efluente.

O resultado deste processo é uma água limpa e tratada que pode ir para rios, lagos ou no mar. “Para cada litro de efluente, gastamos 0,2 gramas de ferrita produzida a partir da lama”, diz o estudante. A ferrita ainda pode ser reutilizada, pois pode ser retirada do tanque com a utilização de imãs.

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