Extintas na natureza, antas são reintroduzidas em floresta do Rio de Janeiro

10/08/2019

Extintos nas florestas do Rio de Janeiro há mais de 100 anos, os Tapirus terrestris, também chamados de antas, começaram a voltar à natureza graças a um projeto de reintrodução de animais desenvolvido no estado, batizado de Refauna.

A reintrodução das antas à floresta começou em 2017 na Reserva Ecológica de Guapiaçu e no Parque Estadual dos Três Picos, que envolve áreas de cinco municípios da região serrana do Rio. O trabalho é desenvolvido pela parceria entre Laboratório de Ecologia e Conservação de Populações (Lecp) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Laboratório de Estudos e Conservação de Florestas (Lecf) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o Laboratório de Ecologia e Manejo de Animais Silvestres (Lemas) do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), com apoio da prefeitura do Rio.

Apesar das recentes ações do Refauna, a iniciativa foi criada em 2010. Na época, as atenções do projeto estavam voltadas para a causa das cutias Dasyprocta leporina que foram soltas no Parque Nacional da Tijuca.

Os animais soltos são equipados com um colar com GPS e rádio transmissor, brinco de identificação e microchip embaixo da pele, para que sejam monitorados. A partir dessa reintrodução, o projeto vai pesquisar a capacidade de dispersão de sementes e ecologia espacial feita pelas antas, com a expectativa de que elas dispersem para o Parque Estadual dos Três Picos e outras áreas florestadas na região.

Já estão na floresta as antas Flora, Júpiter, Eva, Valente e Floquinho, reintroduzidas na área desde 2017. Na próxima semana, está prevista a soltura de dois espécimes vindos de Sorocaba (SP) e mais um animal nascido no Zoológico do Rio.

A presidente da Fundação RioZoo, Suzane Rizzo, lembra que a função do zoológico vai além da exposição de animais. “A reintrodução na natureza de um animal ameaçado de extinção é um momento muito importante para o meio ambiente e para a sociedade. O zoológico cumpre um importante papel nesse processo. A função do Zoológico do Rio, por meio da Fundação RioZoo, é também esse tipo de atividade, de soltura e de estímulo à reprodução de animais que estão em extinção”.

Agência Brasil