Quando a Espanha chegou a um acordo para fechar a maioria de suas minas de carvão remanescentes, os sindicatos de mineradores realmente celebraram. E isso é porque – assim como seus colegas na Austrália – eles entendem a direção dos mercados de energia e preferiram garantir um acordo para uma transição justa e ordenada do que se agarrar a uma indústria que é claramente uma coisa do passado. E os mineradores não estavam errados.
Em outro sinal de uma descarbonização acelerada os deputados espanhóis anunciaram planos ambiciosos para atingir 100% de energia renovável e 90% de redução de emissão de carbono até 2050. O plano também inclui promessas de melhorar a eficiência energética em 35% nos próximos 11 anos e proibir a venda de carros a gás e diesel até 2040.
Nada é definido em pedra, é claro. E a política de coalizão notoriamente volátil da Espanha poderia facilmente atrapalhar parte ou todas essas propostas. No entanto, não podemos deixar de sentir que o caminho para a ação política climática – dados os violentos incêndios e outros desastres relacionados ao clima que o mundo está vendo – é passar do falso pragmatismo e compromisso para o campo da ambição e da ação decisiva.
O crescimento mais verde pode adicionar trilhões à economia global. Os primeiros pioneiros são os que mais se beneficiam.
Agora, quando veremos uma ambição semelhante aqui no Brasil?