Foi sancionada, na semana passada, pelo governador do Ceará, Camilo Santana, uma lei que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos nas lavouras daquele estado. A lei recebeu o nome de Zé Maria do Tomé, em homenagem a José Maria Filho, trabalhador rural, líder comunitário e ambientalista assassinado, em 2010, na zona rural de Limoeiro do Norte.
O crime foi uma retaliação à atuação de Zé Maria contra a pulverização aérea de agrotóxicos, contra a expulsão de agricultores de comunidades da Chapada do Apodi e contra a grilagem de terras públicas.
Um estudo epidemiológico realizado, desde 2006, na Chapada do Apodi, pelo Núcleo Tramas, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), concluiu que 97% dos trabalhadores da região estão expostos aos agrotóxicos. A exposição é uma mistura de substâncias que variam entre 4 e 30 ingredientes ativos de agrotóxicos diferentes, e cerca de 60% dos trabalhadores relataram quadros de intoxicação.