BH terá exército de joaninhas contra pragas urbanas

30/11/2017

Biofábrica

O laboratório será montado no Parque das Mangabeiras, na região Centro-Sul da cidade, e demandará investimento de R$ 40 mil pela prefeitura. A meta é que a criação comece em março de 2018. O local terá temperatura e umidade controladas, além de uma “dieta” ideal aos insetos, regada a pulgões e ovos de larvas para que se multipliquem.

Os bichos serão soltos em parques e praças. Além do combate às pragas na arborização pública, haverá distribuição gratuita para a população. Moradores que estiverem sofrendo com ataques de pragas em hortas poderão contar com o apoio das joaninhas. Na primeira fase, o projeto terá duração de três anos. Após o período, será reavaliado.

Outro aliado

Além das joaninhas, haverá a criação de crisopídeos, conhecidos como bicho-lixeiro. Eles serão um reforço contra as pragas, mas entram como coadjuvantes porque só se alimentam de insetos durante o período larval. Quando se tornam adultos, comem apenas o pólen de plantas.

Segundo o Diretor de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Afonso Henrique Fraga, o objetivo é distribuir 50 mil joaninhas e crisopídeos nos três primeiros anos.

Apesar da eficiência no controle de algumas pragas, os animais não são capazes de devorar os besouros metálicos, atual praga que assola várias árvores de BH. “Nós ainda estamos pesquisando para tentar identificar um predador natural dos besouros”, diz Afonso Henrique Fraga.

Estratégia a ser adotada foi inspirada em projeto desenvolvido em Paris

O uso de joaninhas elimina a necessidade de agro-tóxicos no campo e garante o equilíbrio ecológico em grandes centros urbanos. A estratégia já foi testada em plantações no Brasil e em parques ao redor do mundo. Em Paris, na França, foram distribuídas larvas do inseto para a população no início deste ano. O objetivo era impedir o avanço de pragas nas plantas e flores dos jardins, sacadas das casas e praças.

A medida, inclusive, foi uma das inspirações para a ideia que será adotada em BH, segundo o idealizador do projeto, Dany Silvio Amaral. Na Bahia, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já vinha estudando o comportamento das joaninhas para esse fim. “Em 2002, fizemos testes em uma plantação de jiló que tinha em média 73 pulgões por folhas. Em 23 dias reduzimos para três”, afirma o entomologista responsável pela pesquisa por lá, Nilton Fritzons Sanches.

A inserção do inseto do bem não apresenta risco de desequilíbrio para o meio ambiente. “É uma espécie nativa que já está adaptada aqui e tem como vantagem o fato de ser generalista e comer vários tipos de pragas”, explica Madelaine Venzon, especialista em entomologia e pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).Fonte: Portal Hoje em Dia/Tatiana Lagôa / Editoria de arte

 

 

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