Análise da Anvisa afirma que o agrotóxico glifosato não causa câncer

07/03/2019

Reavaliação toxicológica do glifosato, agrotóxico mais usado no Brasil e no mundo, feito pela da área técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concluiu que seu uso pode continuar sendo permitido no país, já que não causa prejuízos à saúde.

Porém, antes da agência finalizar a regulamentação sobre a questão abrirá consulta pública por 90 dias para que a sociedade possa se manifestar. A decisão final sobre a substância só será tomada após este período.

O glifosato é o principal ingrediente ativo de diversos herbicidas usados em plantações e jardins. São 110 agrotóxicos com a substância comercializados no Brasil, produzidos por 29 empresas diferentes, segundo a Anvisa. Em 2017, cerca de 173 mil toneladas de produtos com glifosato foram usadas no país.

A reavaliação toxicológica da substância vinha ocorrendo desde 2008 e a conclusão foi que a substância “não apresenta características mutagênicas e carcinogênicas” – ou seja, não causa câncer – e “não é um desregulador endócrino” – não interfere na produção de hormônios.

“Glifosato não se enquadra em critérios de proibição. Nossa recomendação é para a manutenção da permissão da substância e pela adoção de medidas de mitigação de risco”, afirmou Daniel Roberto Coradi, da GGTOX, a área de análise toxicológica da Anvisa.

Para chegar a essa conclusão, os técnicos da agência analisaram estudos científicos, relatórios de organismos internacionais, dados oficiais de monitoramento em água e de intoxicações e estudos das empresas que registraram a substância.

Globo Natureza